terça-feira, 31 de julho de 2012

O mundo da Luz - A visão de Ezequiel


                                 Como cabalistas cristãos estudamos a palavra de Deus , o Evangelho da Salvação pelo sistema cabalístico que é a expressão metafísica da Leis que foram reveladas a Moisés. A Lei de Moisés é a explicação sintetizada do sistema de estudo espiritual cabalistico. Assim sendo o nosso livro máximo de regra de conduta social e espiritual é a Bíblia que contém a revelação do Amor do Criador por toda a humanidade em Cristo expressado como Graça Salvadora.
                                  Na bíblia encontramos a descrição da visão do profeta Ezequiel do mundo de Luz Inacessivel, o mundo da emanação de onde todas as coisas provém;  o terceiro céu. Ezequiel nos descreveu a sua visão da seguinte maneira: "Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma grande nuvem, com um fogo revolvendo-se nela, e um resplendor ao redor, e no meio dela havia uma coisa, como de cor de âmbar, que saía do meio do fogo. E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta era a sua aparência: tinham a semelhança de homem. E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas. E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés como a planta do pé de uma bezerra, e luziam como a cor de cobre polido. E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas. Uniam-se as suas asas uma à outra; não se viravam quando andavam, e cada qual andava continuamente em frente.  E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e do lado direito todos os quatro tinham rosto de leão, e do lado esquerdo todos os quatro tinham rosto de boi; e também tinham rosto de águia todos os quatro. Assim eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas por cima; cada qual tinha duas asas juntas uma a outra, e duas cobriam os corpos deles.  E cada qual andava para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam quando andavam. E, quanto à semelhança dos seres viventes, o seu aspecto era como ardentes brasas de fogo, com uma aparência de lâmpadas; o fogo subia e descia por entre os seres viventes, e o fogo resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos; E os seres viventes corriam, e voltavam, à semelhança de um clarão de relâmpago. E vi os seres viventes; e eis que havia uma roda sobre a terra junto aos seres viventes, uma para cada um dos quatro rostos. O aspecto das rodas, e a obra delas, era como a cor de berilo; e as quatro tinham uma mesma semelhança; e o seu aspecto, e a sua obra, era como se estivera uma roda no meio de outra roda. Andando elas, andavam pelos seus quatro lados ; não se viravam quando andavam. E os seus aros eram tão altos, que faziam medo; e estas quatro tinham as suas cambotas cheias de olhos ao redor. E, andando os seres viventes, andavam as rodas ao lado deles; e, elevando-se os seres viventes da terra, elevavam-se também as rodas. Para onde o espírito queria ir, eles iam; para onde o espírito tinha de ir; e as rodas se elevavam defronte deles, porque o espírito do ser vivente estava nas rodas. Andando eles, andavam elas e, parando eles, paravam elas e, elevando-se eles da terra, elevavam-se também as rodas defronte deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas. E sobre as cabeças dos seres viventes havia uma semelhança de firmamento, com a aparência de cristal terrível, estendido por cima, sobre as suas cabeças. E debaixo do firmamento estavam as suas asas direitas uma em direção à outra; cada um tinha duas, que lhe cobriam o corpo de um lado; e cada um tinha outras duas asas, que os cobriam do outro lado. E, andando eles, ouvi o ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, um tumulto como o estrépito de um exército; parando eles, abaixavam as suas asas. E ouviu-se uma voz vinda do firmamento, que estava por cima das suas cabeças; parando eles, abaixavam as suas asas.  E por cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças, havia algo semelhante a um trono que parecia de pedra de safira; e sobre esta espécie de trono havia uma figura semelhante à de um homem, na parte de cima, sobre ele. E vi-a como a cor de âmbar, como a aparência do fogo pelo interior dele ao redor, desde o aspecto dos seus lombos, e daí para cima; e, desde o aspecto dos seus lombos e daí para baixo, vi como a semelhança de fogo, e um resplendor ao redor dele. Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do SENHOR; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava".
                                  Quem pode entender tal visão que embora detalhada não explicita o que realmente acontece no mundo de luz, o mundo espiritual. A visão do profeta explicita a incapacidade de trazer a termos compreensíveis a nossa linguagem e simbolismo. Entre A sua visão do mundo de Luz Inascessível e a sua descrição existe uma abismo imenso que torna a nossa imaginação infantil em meio a tanta Glória Inexprimível. 
                                  Quando o profeta nos indica a sua visão ele nos dá um tom de dúvida ao dizer como pareciam os objetos de sua visão e não como realmente eram. E isto acontece com cada um de nós que entendemos o universo com os olhos da cabala, pois certas entendimentos, esclarecimento que já são assecíveis pela a nossa alma espírito, mas impossíveis de serem explanadas no mundo físico.
                                  A interpretação do símbolos espírituais advém do desenvolvimento espiritual e sem este nada pode ser feio. É preciso acordar para vida espiritual através do sacrifício da vida mundana, dos elementos negativos da alma, das vissicitudes elevando a alma pelos mistérios maiores e menores, nascendo de novo. Desta maneira conseguimos desenvolver os nossos sentidos espirituais e as revelações do Plano Divina se apresentarão cada vez mais claros ao nosso entendimento.
                                   Quando tivermos uma visão do mundo da emanação, teremos uma visão real da luz que cria todas as coisas, entenderemos os seus mistérios e os realizaremos em nossa vida através da obra magna que ocorre dentro do Templo do Espírito, o nosso interior. Esta obra ningúem pode ver a não o seu trabalhador que dia após dia se esforça para terminá-la.
As coisas sagradas e espirituais são difíceis de entender e somente quando estamos sintonizados com a verdade é que podemos ter um vislumbre de "como elas se parecem"; assim como o profeta teve.

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