segunda-feira, 23 de julho de 2012
A cabala é a essencia da religião
A palavra Cabala tem origem no vocábulo hebraico kibbel , significando lição, tradição, ensino. A Cabala é a tradição esotérica e o conjunto das doutrinas secretas dojudaísmo. Esta ciência oculta foi recolhida nas Escrituras e devia ser transmitida oralmente e nunca ser escrita, visando evitar que o texto caísse sob as vistas dos profanos.`
Os cabalistas datam as concepções primordiais da Cabala de tempos primitivos - que remetem a Moisés e até Abraão e Adão. Quanto aos verdadeiros fundadores da Cabala, entretanto, são mencionados três talmudistas: Rabino Ismael ben Ehsa (cerca de 130 d.C.); Rabino Nechunjah ben Hakana (cerca de 75 d.C.) e, sobretudo, Simeon ben Yohai (cerca de 150 d.C.), sendo este último apontado como autor do famoso Zohar.
Acredita-se que os ensinamentos da Cabala começaram de forma oral, que foi transmitida por Enoque aos seus descendentes, sendo que, posteriormente, Moisés, para evitar que seus ensinamentos se perdessem, comunicou-os aos setenta anciãos escolhidos, e daí para frente de forma escrita.
Mas, ao serem escritos os ensinamentos cabalísticos, foi utilizada a maneira mais simbólica possível, com o intuito da não compreensão profana, mas tão somente dos iniciados. Dois são os livros fundamentais da Cabala: 1º o Sefer Yetsirah, ou Livro da Criação, e o Zohar, ou Livro dos Esplendores.
A Cabala apareceu, na sua forma atual, por volta do século XII, repetindo, continuando e completando o ensino esotérico do Talmude. Na Bíblia temos os livros cabalísticos de Ezequiel e do Apocalipse, que foram escritos de forma velada, simbólica. A chave do seu ocultismo repousa, como a do Talmude, sobre o valor dos números, a combinação das 22 letras do alfabeto hebraico e a força oculta do Tetragrama.
O ensino da Cabala esmera-se em dar com precisão a definição da divindade vulgarmente denominada Deus, em fixar-lhe os atributos e em estabelecer o processo das manifestações do seu poder. A particularidade da Cabala é de repudiar toda idéia de antropoformismo na definição da divindade, de afastar toda possibilidade de figuração de Deus que é Infinito, inacessível, incompreensível... O Ser por excelência, o Verbo eterno conjugando-se, simultaneamente ao presente, ao passado, ao futuro: Jeová, Aquele que foi, que é, que será, Aquele cujo nome nunca deve ser pronunciado porque o profano não compreenderia que o Deus Todo-Poderoso, o Deus dos Exércitos não pudesse ter nenhum outro nome a não ser o verbo Ser.
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