segunda-feira, 9 de julho de 2012

Capacidade de evolução espiritual do cabalista


                                O corpo é representado pelo cego. Cegado pela realidade material, por si mesmo é alheio à existência de D'us. Apega-se a uma interpretação da existência do tipo “aquilo que você vê é o que você consegue”; é incapaz de ver além da perspectiva temporal; é incapaz de perceber ou identificar a verdade. E o pior tipo de cegueira é aquela de quem pensa que pode ver.
                                 Porém a alma pode ver. Está consciente no íntimo das realidades mais elevadas da vida; não é enganada pela ilusão do materialismo e do consumismo.
                                 Por outro lado, o corpo pode caminhar, enquanto a alma é imóvel. Este é um dos grandes paradoxos da vida. Como a alma pode ver, é considerada “aleijada” e imóvel. Face à dura verdade não há espaço para erros, portanto não há espaço para decisões. Se não há tomada de decisões, se não há desafio ou conflito, então não há crescimento, nenhum movimento real. A alma, por estar tão intensamente consciente da verdade, e por ser tão perfeita, está “parada” em sua órbita. O crescimento depende do catalisador da falha, da imperfeição.
                                 Somente se você é capaz de cair muito baixo é capaz de subir muito alto.
                                 O corpo, devido à sua cegueira, sabe como caminhar e correr. Nas palavras do Rei Shelomô: “Voltei e vi sob o sol, que a corrida não pertence ao rápido, nem a guerra ao poderoso; nem o sábio tem pão, nem o compreensivo tem riquezas.”
Em sua ignorância, o corpo é susceptível a cair e subir, a lutar e perseverar, a aprender com seus erros e crescer. E ensina à alma os segredos do crescimento. Antes disso, estava no piloto automático, robótico e consistente como os anjos, e portanto estagnado.

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